domingo, 11 de setembro de 2011

Terça-feira, 11 de setembro de 2001


E para não dizer que não falei das flores, como eu soube do ataque às Torres Gêmeas? Naquela terça-feira  meu pai me pegou na escola como sempre. Estava no segundo ano e ainda não sabia do acontecido, nem lembro se eu tinha celular na época. O pai me contou no carro, no caminho para casa. Na hora, eu confundi o Word Trade Center com o Empire Stade Building, pq não conseguia entender o que o pai estava falando. Até então eu não tinha ouvido falar nas Torres Gêmeas, não tinha a menor ideia que elas existiam, pelo menos conscientemente. Foi só quando cheguei em casa e vi tudo aquilo, aquelas cenas horríveis na televisão, que entendi o que estava acontecendo. 

E aí? Bom, aí nada. Não me lembro de mais nada. Incrível como eu apago as coisas da minha memória. Não me lembro o que eu fiz depois, nem das homenagens nos anos seguintes. Passei despercebida pelos atentados. Claro que depois de adulta comecei a ver aquilo tudo com outros olhos, sua influência no nosso dia a dia, na literatura, no cinema e na vida de milhões de americanos e nas nossas, (in)diretamente.

Concordo que os ataques abalaram as estruturas (literalmente) de uma das maiores potências mundiais, e que até hoje, 10 anos depois, os EUA ainda não estão livres das consequências daquele dia. Assim como eu penso que durante décadas, países que estiveram (e estão) em guerra ficaram com a sombra de novos ataques. Acho as homenagens dignas e sei que tudo deve ser lembrado com respeito e dignidade, sem achar que esta batalha está ganha. 

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PS: Para quem ainda não assistiu, fica a dica do documentário "O Equilibrista". Nele a história do louco da enchente que atravessou as Torres Gêmeas em cima de uma corda. Sensacional.

domingo, 4 de setembro de 2011

A primavera triunfa


"Com tantas árvores na cidade, podia-se ver a primavera chegando dia a dia, até que uma noite de vento quente a traria de repente na manhã seguinte. Pesadas chuvas frias poderiam retardá-la às vezes, e temíamos que nunca mais chegasse, fazendo-nos perder, assim, uma estação em nossa vida. Esse era o único tempo realmente triste em Paris porque era fora do natural. A gente já espera ficar triste no outono. Uma parte da gente morre a cada ano, quando as folhas caem das arvores e seus galhos ficam nus, batidos pelo vento e pela luz fria, invernal. Mas sabíamos que haveria sempre outra primavera, como sabíamos que o rio fluiria de novo depois de ser congelado. Quando as chuvas frias continuavam durante longo tempo e acabavam matando a primavera, era como se um jovem tivesse morrido à toa.
Naqueles dias, porém, a primavera triunfava, mas dava-nos um frio na espinha pensar que faltava pouco para que ela tivesse falhado". 

Paris é uma festa, Ernest Hemingway. Pág. 59 - Bertrand Brasil.

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PS: Tatie, meu BFF do feriado.
PS2: Primavera é a minha estação gente.