quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tudo se renova

"E assim, com o sol e as explosões de folhas brotando nas árvores, à maneira como as coisas crescem num filme acelerado, tive aquela certeza familiar de que a vida se renova a cada verão".

O grande Gatsby, Penguin Companhia, pág. 68.



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PS: Um livro triste, que tanto ouvi falar mas só agora conheci seu final.
PS2: Mais sobre ele por aqui em breve. Prometo!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

When you were young

Tudo é tão simples quando somos crianças.

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PS: Doce outubro.
PS2: Ando sumida.
PS3: É a vida.

domingo, 11 de setembro de 2011

Terça-feira, 11 de setembro de 2001


E para não dizer que não falei das flores, como eu soube do ataque às Torres Gêmeas? Naquela terça-feira  meu pai me pegou na escola como sempre. Estava no segundo ano e ainda não sabia do acontecido, nem lembro se eu tinha celular na época. O pai me contou no carro, no caminho para casa. Na hora, eu confundi o Word Trade Center com o Empire Stade Building, pq não conseguia entender o que o pai estava falando. Até então eu não tinha ouvido falar nas Torres Gêmeas, não tinha a menor ideia que elas existiam, pelo menos conscientemente. Foi só quando cheguei em casa e vi tudo aquilo, aquelas cenas horríveis na televisão, que entendi o que estava acontecendo. 

E aí? Bom, aí nada. Não me lembro de mais nada. Incrível como eu apago as coisas da minha memória. Não me lembro o que eu fiz depois, nem das homenagens nos anos seguintes. Passei despercebida pelos atentados. Claro que depois de adulta comecei a ver aquilo tudo com outros olhos, sua influência no nosso dia a dia, na literatura, no cinema e na vida de milhões de americanos e nas nossas, (in)diretamente.

Concordo que os ataques abalaram as estruturas (literalmente) de uma das maiores potências mundiais, e que até hoje, 10 anos depois, os EUA ainda não estão livres das consequências daquele dia. Assim como eu penso que durante décadas, países que estiveram (e estão) em guerra ficaram com a sombra de novos ataques. Acho as homenagens dignas e sei que tudo deve ser lembrado com respeito e dignidade, sem achar que esta batalha está ganha. 

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PS: Para quem ainda não assistiu, fica a dica do documentário "O Equilibrista". Nele a história do louco da enchente que atravessou as Torres Gêmeas em cima de uma corda. Sensacional.

domingo, 4 de setembro de 2011

A primavera triunfa


"Com tantas árvores na cidade, podia-se ver a primavera chegando dia a dia, até que uma noite de vento quente a traria de repente na manhã seguinte. Pesadas chuvas frias poderiam retardá-la às vezes, e temíamos que nunca mais chegasse, fazendo-nos perder, assim, uma estação em nossa vida. Esse era o único tempo realmente triste em Paris porque era fora do natural. A gente já espera ficar triste no outono. Uma parte da gente morre a cada ano, quando as folhas caem das arvores e seus galhos ficam nus, batidos pelo vento e pela luz fria, invernal. Mas sabíamos que haveria sempre outra primavera, como sabíamos que o rio fluiria de novo depois de ser congelado. Quando as chuvas frias continuavam durante longo tempo e acabavam matando a primavera, era como se um jovem tivesse morrido à toa.
Naqueles dias, porém, a primavera triunfava, mas dava-nos um frio na espinha pensar que faltava pouco para que ela tivesse falhado". 

Paris é uma festa, Ernest Hemingway. Pág. 59 - Bertrand Brasil.

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PS: Tatie, meu BFF do feriado.
PS2: Primavera é a minha estação gente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Update - Ainda me irrita

Perder a ponta do durex. Raiva que me cega.

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PS: Se eu preciso fazer algo com durex, acreditem vai demorar.
PS2: Calor! Eba!
PS3: Setembro vem com tudo seu lindo! #25anosfeelings

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hatoum & Eu


Sou apaixonada pelos livros do Milton Hatoum. Apesar de não ter lido sua obra completa, dois deles tem um cantinho especial na minha prateleira. Adoro suas histórias do Amazonas, que misturam lendas, personagens, culturas, credos e religiões. Desde que o conhecei, toda vez que eu ouço falar do nosso maior estado, o imagino como nas histórias dos seus livros, cheio de cores e sons. Seus livros me fazem pensar como nosso Brasil é grande e como eu conheço pouco o país que eu vivo. São tantas culturas em uma só que é de espantar. 

Agora imaginem a minha felicidade quando soube que ele se descambar lá de Manaus para uma sessão de autógrafos na Livrarias Curitiba. Nem me lembro qual livro ele estava lançando na época, talvez fosse "Órfãos do Eldorado". Mas, como tudo nessa vida tem um 'mas', tinha prova do Paulo Camargo no dia, um dos meus grandes mestres.

Pensei, ingenuamente que ele ia me 'liberar', já que o motivo era nobre, oras! Fiquei o dia inteiro matutando o diálogo, tentando imaginar o ele ia falar (totalmente em vão). Eis (mais ou menos) o diálogo (a prova e o encontro seria na semana seguinte). Achei melhor vomitar as palavras de uma vez do que ficar me enrolando para falar:

- Professor, não posso fazer sua prova semana que vem. Você vai ter que me liberar pq é um motivo muito nobre, o Milton Hatoum vai estar em Curitiba para uma noite de autógrafos, ele é um dos meus escritores preferidos, preciso ir até lá e ouvir ele contar as histórias pessoalmente professor, por isso não posso estar aqui.

Paulo Camargo olha pra mim, cheio de sabedoria e diz:

- Ele também é um dos meus escritores preferidos e eu também gostaria de ir vê-lo, mas vou ter que aplicar prova, para você.

Na semana seguinte eu fui fazer a prova. Compartilhei com meu professor o mesmo sentimento, nós dois estávamos ali, e nosso ídolo lá, contando as suas histórias maravilhosas para alguns sortudos. Ficou para a próxima.

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PS: Não dá para ter tudo na vida, gente.
PS2: Para quem não conhece, fica a dica.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A pérola

Hoje na janta, um assunto puxando o outro. Nem sei como começamos.
Minha mãe:

- Parece aquele filme, Montain Bike.

Três rostos:

- Ahm?

A resposta, aqui.

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PS: Papo que só acontece na Wences, gente.

domingo, 14 de agosto de 2011

Uma carta para meu pai

Gato, tudo bem?

Não sei se você lê o Elo, sei que sua vida é corrida. Sei que você não tem tempo de ficar na internet, e quando fica, resolve o que tem que ser feito e pronto. Por isso Pai, quero que saiba que o texto de hoje é dedicado à você. O único que me entende. O único que não me julga. Me dá a mão quando eu preciso e está sempre ao meu lado. Me escuta e tbém faaaaala "pra mais de metro". Você me ensinou a cozinhar, me deu uma infância rígida, mas divertida. Se sacrificou por mim (por nós) e nunca pediu nada em troca. Tem um coração imenso, onde sempre cabe mais um. Esteve comigo na pior época da minha vida, me apoiando.

Obrigada pelas brigas (acho que foram poucas) pelas noites acordado quando eu passo mal. Pelas risadas nos domingos pela manhã quando eu conto como foi a noite. Pelo sarro que você tira quando chego tropeçando de madrugada. Obrigada por segurar minha mão, quando estou ao seu lado, quando você dirige. Por sempre perguntar como foi meu dia. Por me acordar qndo eu perco a hora. Pelo bom dia sempre animado. Obrigada por me dar irmãos maravilhosos, férias inesquecíveis no interior e tantos ensinamentos. Obrigada por tudo gato, vc não é perfeito, mas é o único homem que eu já amei.

Feliz Dia dos Pais,
De sua filha,

Lálika.



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PS: Estou para escrever sobre o pai desde quando ele fez 60 anos, em fevereiro. A carta de hoje é um começo.
PS2: Gato, te amo!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cápsula do tempo

Já dizia o velho deitado que o futuro a Zeus pertence. Pode até ser, mas quem não tem uma puta curiosidade para saber o que estará fazendo daqui há 10 anos, por exemplo? Você se lembra de como era sua vida 10 anos atrás? Que músicas ouvia, com quem saia, o que estava acontecendo no mundo... Ok, com a internet é fácil procurar o que acontecia no universo tempos atrás, mas é bem pouco provável que você tenha sido notícia e por isso, vc se lembre do que aconteceu.

E se você pudesse mandar uma cápsula do tempo para você mesmo para só ser aberta daqui há 10 anos? A dica de hoje aqui do Elo vem do ótimo blog que eu descobri ontem, no Dia do Nada, o 365 Nuncas. Todos os dias as blogueiras fazem uma coisa que elas achavam que nunca fariam. Tem ideias ótimas, como a que eu conto hoje. 

A proposta é simples: mandar uma cápsula do tempo para você mesmo ou para um amigo, pai, mãe, peguete, marido, ficante, rolo, amizade colorida etc., que só será aberta daqui há 10 anos. Claro que é importante manter os contatos atualizados e tals, pois o sistema vai te enviar a cápsula de volta por e-mail. Achei muito legal e obeveeeo que eu mandei uma para mim (amigas, esperem que esta semana vocês receberão uma). Contei como está minha vida, quem está próximo de mim, das amigas e dos amigos, de uma história que eu ainda vou contar aqui no Elo, dos meus pais, das músicas que eu estou ouvindo, fiz declarações de amor para meus irmãos, lembrei das dogs que moram aqui em casa. Enfim, um pouco de tudo.



Um dia, na escola na era pré-internética, uma professora pediu para gente escrever um texto sobre como a nossa vida estaria dali há 10 anos. Deveria estar na sexta ou sétima série com uns 11 ou 12 anos. Escrevi páginas e páginas. Muitos anos depois, meus pais trocaram toda a mobília dos quartos e na mega faxina, joguei fora todos meus cadernos antigos, mas passei os olhos por cima desta redação e a única coisa que eu me lembro é que no final dizia que eu teria uma tartaruga chamada Zac. Deve ter sido uma vontade muito momentânia pq eu não me lembro, de um dia, querer uma tartaruga. Para mim elas fedem.

O interessante do projeto é isso, é lembrar de uma época que mesmo as melhores memórias podem esquecer. E sério gente, como eu estou vivendo no momento, não quero esquecer nunca.

***
PS: Tirem um dia para ler o 365 Nuncas, vocês vão adorar.
PS2: Procurei uma foto minha antiga para ilustrar, mas melhor deixe.
PS3: Dia do Nada fica para esta semana!

domingo, 7 de agosto de 2011

Update - 99+1

Quando uma gota cai certinho no olho. Ódio mortal.

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PS: Vou fazer um post sobre o Dia do Nada. Por enquanto, uma imagem de como eu comemorei este dia, hoje.


domingo, 31 de julho de 2011

99 coisas que me irritam

1 - Perceber que o shampoo ou o condicionador acabou no meio do banho.
2 - Quando meus irmãos deixam um restinho de leite na caixa para não ter que abrir outra.
3 - As minhas roupas que não ficam dentro do meu guarda-roupa.
4 - Qndo vc faz uma tattoo e confunde o esparadrapo com fita crepe e a cola demora meses pra sair.
5 - Funk que não sai da cabeça.
6 - Quando vc não recebe uma mensagem há três dias daí a operadora lembra de vc.
7 - Pessoas que ainda te adicionam no Orkut.
8 - Gente que fala alto dentro do ônibus.
9 - Gente que anda de ônibus.
10 - Quando eu não acho o outro pé da meia.
11 - Qndo estou com uma meia furada e por algum motivo tenho que tirar o sapato na frente de todo mundo.
12 - Gente que me empurra quando eu passo.
13 - Qndo o Explorer trava e fecha as janelas da internet.
14 - Quando o msn trava no meio de uma conversa interessante.
15 - Dm's não respondidas.
16 - O adesivo do meu quarto que está descolando.
17 - Toalha nova que não seca.
18 - Água com gás.
19 - Meu pé maior que o outro.
20 - Meus braços compridos que não me permitem comprar vários casacos.
21 - Domingo no shopping.
22 - Um quadro que eu não pendurei.
23 - Verdades que eu nunca disse.
24 - Mentiras que eu já contei.
25 - Culpa cristã.
26 - Conversa de boteco que gira em torno de culpas cristãs.
27 - A igreja ao lado da minha casa.
28 - As pessoas que frequentam a igreja do lado da minha casa.
29 - A poça que eu tenho que desviar toda vez que chove.
30 - Lembrar que eu esqueci de passar desodorante no meio do caminho.
31 - Esquecer de carregar o celular e ficar o dia todo sem telefone.
32 - Fazer a unha e ao chegar em casa perceber que já está saindo o esmalte.
33 - Um livro que eu não tenho dinheiro pra comprar.
34 - Um livro bom que eu não quero que acabe.
35 - Alguém legal que não chega nunca.
36 - Alguém chato que não me esquece.
37 - Arrumar o quarto e não achar mais nada.
38 - Frascos de perfume que eu não jogo fora.
39 - Piriri depois do banho.
40 - Quando chove no meio da tarde e vc esqueceu o guarda-chuva.
41 - Quando faz sol durante o dia e vc está de pijama por baixo da roupa.
42 - Quando eu durmo sem sutien e fico com preguiça de colocar pela manhã.
43 - Frases de pseudo-efeito no status do Facebook.
44 - Sabedoria de power-point.
45 - Gente q fica séculos sem falar comigo e volta a falar, do nada.
46 - Cachorro latindo.
47 - Gente que não sabe os naipes.
48 - Gente que me olha com cara de espanto qndo eu digo que não acredito em deus.
49 - Derrubar o copo de cerveja e chorar com o desperdício.
50 - Toc toc do sapato de alguém no corredor.
51 - Canetas que somem qndo eu mais preciso delas.
52 - Programas humorísticos que subestimam minha inteligência.
53 - Gente que conversa no cinema.
54 - Bala que gruda na embalagem.
55 - Pasta de dente no final.
56 - Buzina.
57 - Uma música que eu não lembro o nome.
58 - O fato de eu não saber dirigir.
59 - O cabelo das vacas nas baladas.
60 - Fumaça de gelo seco.
61 - Senso comum.
62 - Preconceito.
63 - Gente desinformada. 
64 - Gente que nunca ouviu Beatles.
65 - O frio que eu sinto sempre.
66 - Foto de pessoas mostrado a língua.
67 - Foto de pessoas na frente do espelho.
68 - Aquela bala que vira chiclete e faz a gente salivar um monte.
69 - Roupa que escorrega do cabide quando vc está na loja e não consegue colocar de novo.
70 - Filme que sai de cartaz e vc não teve tempo de ir ao cinema.
71 - Fiapo de manga.
72 - A vap no domingo pela manhã.
73 - Acordar um minuto antes do celular despertar.
74 - Achar que domingo é segunda.
75 - Tic tac do relógio.
76 - Luz que entra por debaixo da porta.
77 - Molhar a meia.
78 - Chegar em casa com fome e não ter pão.
79 - O fato de eu ser tão parecida com a minha mãe.
80 - Espinha.
81 - O carnaval que não chega.
82 - Calças 36 que não me servem mais.
83 - A Madonna não ser mais aquela Madonna puta.
84 - A Fran ter me deixado duas horas esperando no terminal há 4 anos e chegar comendo um crepes.
85 - A minha ansiedade que faz eu queimar a língua.
86 - Fazer a mala.
87 - Desfazer a mala.
88 - Gente que anda com uma peça de roupa de cada estação e fica linda.
89 - Minha vida antes do meu pó da MAC.
90 - Gente que acha que o rock brasileiro tem solução.
91 - Os azulejos da minha cozinha.
92 - Minha irmã ser tão parecida comigo.
93 – Ter a sensação de estar sempre em segundo lugar.
94 - Me envolver com tanta facilidade.
95 - Acreditar no impossível.
96 - A falta de paciência que alguns tem comigo.
97 - Eu não cantar tipo a Adele.
98 - Não ter ido ver o Bowie na Pedreira.
99 - Pensar em uma lista com 99 coisas que me irritam.

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PS: Mais sobre mim aqui e aqui.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ainda Amy

Leia ouvindo:


Não faz nem uma semana que Amy morreu. Durante esses dias, relembrei do show que eu fui dela em São Paulo, dos momentos com os bródes que estavam junto, das horas que passamos esperando para o show da nossa diva. Dali há algumas horas ela entraria (ou não, como saber?) no palco e iria arrasar no microfone. O show foi bom? Claro! O que valeu foi a emoção que eu senti ouvindo ela cantar "Black to back" com os olhos marejados, olhando pra cima, meio tonta. Emocionante.

Na verdade, faço esse update aqui no Elo por dois motivos que eu descobri durante a tarde. Primeiro: tenho quase certeza que a foto que eu ilustrei o post abaixo faz parte deste ensaio divulgado pelo site da Marie Claire, lindas imagens. Segundo: os pais da cantora deram uma entrevista para um jornal londrino dizendo que Amy morreu devido a uma crise de abstinência. Eles contaram que fazia três semanas que a filha deles não bebia e por isso seu corpo sucumbiu. Engraçado eles declararem isso, com este vídeo rolando na net onde ela aparece supostamente bêbada três dias ates de morrer.

Esta idiotice que os pais dela falaram me chocou mais que a notícia da morte da cantora. Me fez pensar naquele ditado que eu ouço desde criança "morreu virou santo". Da onde vem essa necessidade da família dela em declarar um absurdo desses? Ok, pode até ser, e quero acreditar nisso, que Amy talvez estivesse tentando se livrar dos seus muitos vícios. Mas aí sair falando que a filha deles morreu de abstinência é uma infâmia e um desrepeito com a imagem dela. Felizmente eu não sou tão ingênua assim e acredito que a maioria dos que me leem também não. 

Ainda bem que eu e outros fãs da Amy podem levar consigo a imagem daquela menina frágil e tímida que vimos no show em Sampa, pq se depender do que diz a família dela, sim ela virou santa.

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PS: Amanhã é sexta! Findes seu lindo! ;D
PS2: Veja aqui mais fotos como a que eu escolhi para ilustrar o post de hoje.

domingo, 24 de julho de 2011

Eu volto para o luto

Amy Winehouse - You know I'm no good

A morte da Amy Winehouse me fez refletir. Depois as piadinhas sem graça, (eu mesma fiz algumas, confesso) comecei a pensar na falta que um ídolo faz para nossa geração. Não estou falando de alguém que devemos idolatrar como um deus ou algo parecido. Mas daquele que nos faça sentir completos. Alguém que por meio de sua arte, toque nossos corações cibernéticos. Seja por meio da música, pintura ou qualquer outra forma de expressão. 

Acho que a comoção toda com a morte da Amy vem em uma época em que não temos mais nossos heróis. Ela não era exemplo de nada, mas com certeza se ela não tivesse feito o sucesso que fez, muitas outras cantoras não existiriam, entre elas a Adele. Desde a Janis, linda, louca e drogada, não existiu uma figura feminina tão controversa na música. Alguns vão se lembrar da Courtney Love, que é doida e noiada, mas querida, vc jamais será tão diva quanto Amy um dia foi.

Infelizmente nós que não vivemos os anos 60, 70 ou até os 80 nunca saberemos como é estar em uma época em que Bowies, Lennons e Morrisons faziam sucesso, ao vivo, naquele momento. Mas sabemos como foram os anos em que Amy nos acompanhou, e acreditem: foram os melhores, evah. Hoje eu chorei por você no chão da cozinha.

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PS: Obrigada por ter vindo para o Brasil. Ainda bem que eu te conheci antes disso tudo.
PS2: Amy morreu ontem (sábado) mas provavelmente você estará lendo isso hoje (domingo) mas para mim ainda é ontem (sábado) pq eu não dormi. 

domingo, 17 de julho de 2011

Tristeza de domingo

Leia ouvindo:

Bom, aí que eu ouço em pleno domingo que, toda a terapia que eu já fiz nesta vida foi pouca. Que bom. Não vem ao caso quem disse, o porquê, nem em qual circunstância. O fato é que existe uma "obrigação" em sermos e permanecemos felizes. Como assim? Eu que sempre fui dada às rebeldias, só de birra ficava emburrada para atazanar todo mundo, um lance de carência, para ficarem perguntando o que estava acontecendo, e eu respondendo: "nada, nada". E era exatamente isso. Nada. Mania que perdi com os anos, pq a tristeza que eu comecei a sentir passou a ser real, e aí pra quê fingir?

Enfim, o que eu quero dizer é que acho essa imposição (de estar sempre feliz) quase uma ditadura. E tudo aquilo que eu tenho que fazer obrigada, faço com ódio no coração. Tudo bem que às vezes, o que fazemos no dia a dia, não significa que fazemos felizes. Como andar de ônibus (a não ser que seja para encontrar os bróder no boteco) ou ir ao banco (salvo os dias que vc vai tirar dinheiro e ficar rica). É quase impossible manter o bom humor em todas as situações.

Concordo que ficar permanentemente infeliz e reclamando de tudo é chato e patológico. Se vc é assim, por favor, procure tratamento médico especializado. Existem dias bucólicos, nostálgicos e aqueles em que tudo dá errado. Saiba diferenciar e amadureça com esses sentimentos. A humanidade agradece.

É fato que domingos nos deixam tristes e mal humorados. Simples. As perspectivas da semana podem até trazer um sentimento bom. Mas vamos combinar: em 99% dos casos, o fato de acordar cedo faz que a deprê chegue em ondas.

Em tempo: tento com muito esforço, mas muito esforço meeesmo (chega a doer) não descontar meu humor e minhas tristezas nos outros. Quem me conhece sabe. Normalmente eu falo o que está acontecendo (o motivo pelo qual estou sentido aquilo) e 17 minutos depois já estou fazendo piada.

Reservo estes momentos para mim e meus travesseiros. Uma hora as coisas melhoram.

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PS: Não estou triste, é só um desabafo.
PS2: Foto de mili anos, de um dia que eu esqueci.
PS3: O "Leia ouvindo" voltou. Por enquanto.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Todas as horas em Paris

Meia-noite em Paris é uma festa. Assisti há uns dias o novo filme do Woody Allen, e claro, mexeu comigo de uma maneira que até agora não voltei ao normal. Mas também, como passar despercebida por aqueles lindos planos que o cineasta faz da Cidade Luz. Impossível.

Paris é um sonho, uma alegria, é aquilo que me faz levantar para trabalhar, pq eu sei que um dia eu estarei lá, caminhando por aquelas ruas, visitando os museus e tantos outros lugares incríveis. Minha vida já é uma festa, mas em Paris, a festa será interminável.

E como a vida é cheia de coincidências, meus livros da Sontag retornaram para minha casa, e esses dias eu estava folheando-os. Lembrei das aulas de foto aos sábados pela manhã para tentar me formar mais rápido, e de uma apresentação que eu fiz que, entre outros fotógrafos, falava sobre o Brassai. Isso antes da ida ao cinema e antes de saber disso. Um coração bate muito mais feliz. 

***

Ontem, dia 13 foi Dia do Roque (maaa oeee!). Aí que além de jogo do Brasil (zzzZZZzzz) e botequis negadis com os bróder, tentei me lembrar qual foi o primeiro rock que eu ouvi. Pensei, pensei e nada. Depois de muita reflexão, acho que as músicas do Raulzito são as primeiras que eu tenho lembrança de cantar (sim, eu não lembro das músicas da escolhinha, aliás eu nem fui pra escolhinha, fui pra escola direto). Enfim, já falei do Raul aqui ó.

O que eu quero dizer é que claro, ouvi (e ouço) rock, mas que não existe, pelo menos conscientemente, uma lembrança do meu primeiro rock. Loucura. Mas eu me lembro da primeira vez que eu ouvi Doors. Foi no filme, assisti sem saber que banda era. Tinha 15 anos. Já curtia Led e Beatles nesta época, mas minha vida mudou tanto depois desta sessão que imagino que se eu não tivesse ido, eu seria uma pessoa completamente diferente.

***

PS: Óbvio que a foto é do Brassai. Não consigo colocar trema no "i".
PS2: Post dois em um. Acontece muita coisa na minha vida gente. (mentira).

domingo, 3 de julho de 2011

O verdadeiro cobertor de orelha

Nas noites frias de Curitiba, a briga aqui em casa é por ele. O grande Seprocado. Esse é o nome do cobertor mais antigo, que claro, tem uma história curiosa. Minha mãe o comprou logo quando veio para cá, 30 anos atrás (isso mesmo!). Ele é de nailon, verde e lazarento de feio. Mas como é quentinho! 

Por anos ficou esquecido dentro de algum guarda roupa, sem ninguém dar bola. Quando eu comecei a acampar, ressuscitei ele. Por ser fácil de carregar, esquentava as noites frias dentro da barraca. Ficou desaparecido por um tempo, mas tornou a sua casa. Agora compartilha as noites geladas comigo, como é de nailon, não deixa o calor escapar. Pode fazer o frio que fizer, fico bem susse embaixo dele! Meu cobertor de orelha preferido!

Mas como assim, Seprocado? Dá onde veio este nome? Então, como eu disse, a mãe comprou o cobertor mili anos atrás, mas não teve como pagar. Assim, o nome dela foi para o Seproc, de tanto meu pai tirar sarro, virou Seprocado. 

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PS: Chuva, chuva e mais chuva.
PS2: Na foto, o Seprocado, o computador, a janela e a chuva.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Golpe na raposa

Aconteceu queridos, deram o golpe na raposa. Explico: minha mãe caiu num naqueles trotes do sequestro. Ligaram na minha casa (no fixo), sexta passada, dizendo que, sua filha tinha sido assaltada (não disseram qual das duas). Depois, disseram que ela tinha sido sequestrada, e que não era para minha mãe ligar para a polícia

Sorte que ela estava com o celular perto e conseguiu falar comigo e com a minha irmã na hora. Mesmo assim, tadinha, enganaram a maior raposa que eu já conheci. Minha mãe é muito esperta, e se esses trotes não fossem de tão mal gosto, dava até para cumprimentar o infeliz que ligou aqui (ou não). 

Por anos tentei engabelar a minha mãe e ela sempre me pegou no pulo. Depois de uma época não precisei mais dar desculpas, mas mesmo assim, foram anos de tentativas. Aí para descontrair e tentar acalma-lá, mostrei este vídeo. Conclusão: tudo agora é "ela não tem escrúpulos, pode matar".

***
PS: Este ainda não é o bafo mais bafo da cidade. Talvez eu coloque na roda (para quem não sabe ainda), depois do feriado. Aguardem!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As voltas que a vida dá

É minha gente, o jornalismo (aquele diário, feito no ritmo da redação com o sangue no olho) está se tornando uma utopia para mim. Voltei a trabalhar com marketing, área que eu adoro. Vou fazer a assessoria de imprensa, revisão, eventos etc, de uma multinacional americana. 
Novidades por aqui assim que possível, tenho vááárias para contar, mas ainda não dá. Na verdade dá sim, eu é que estou com preguiça (é segunda). 

***
PS: Grandes desafios pela frente! Ainda bem que eu estou bem descansadinha! huhu
PS2: Feriadão chegando! Se joga! ;D
PS3: Aguardem o Drops da Vida mais bafo da cidade.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Drops da Vida - parte VIII

Aí toca o meu celular. É meu pai.
- Filha, avisa a mãe que o pai vai chegar mais tarde pq vai doar sangue pra um parente do fulano.
- Tudo bem pai, mas é algo grave?
- Não, fiquei tranquila, só vou demorar pq tem um monte de milico pra doar na minha frente aqui na Santa Casa.
- Ok, aproveita e pergunta se tatuado pode doar.
- Claro que pode! Sua irmã sempre doa. (Se referindo a Luciana, minha irmã mais velha).
- Gato, a Lu tem uma tatuagem. Eu tenho seis, por isso pergunta aí...
- O QUÊ? Como assim seis tatuagens? (Gritando)
- Ué pai, as seis de sempre. (Dois tons abaixo do dele, meio que desesperada, olhando para os lados, pedindo ajuda)
- Mas como ASSIM? TUDO ISSO? (meio desesperado)
- Gato, é que elas ficam escondidas, está frio... (tentando me justificar)
- MAS SÃO SEIS MESMO? Vai faltar lugar! Daqui há pouco vc vira um muro pixado...

Ele continuou nessa um pouco e claro, não perguntou o lance das tatuagens.

Essa é boa tbém. Peguei o cartão do pai para sair no domingo (depois de ter saído quinta, sexta e sábado) e falei: "Gato, fique frau, só vou usar se passar de 30 reais". A conta deu R$ 130. Passei ontem o dia todo morrendo de medo dele ficar puto comigo. No fim, minha mãe intercedeu e deu tudo certo. Mas depois de tanto tempo, lembrei o que é sentir medo do meu pai, e das consequências disso. 

Ah, sem querer me justificar, mas já me justificando: Entendam: uma coisa é sentir medo, outra é respeitar. Meu relacionamento com o pai é baseado em muito amor e respeito. Não preciso ter medo dele, até pq não sou mais adolescente nem faço as coisas escondidas. Mas qndo o lance é de grana (ainda mais se gastar em boteco do dinheiro dele), bate um cagaço, admito. 

***
PS: E como se não bastasse domingo ser aquele-dia-mais-nada-a-ver-do-calendário-nacional, ontem foi dia de santo casamenteiro. Ou seja, além de ter que aguentar a encheção de saco de domingo, teve mais ontem. É demais para mim. 

domingo, 12 de junho de 2011

Solteira e feliz

Não vou me prolongar no papo dia-dos-namorados-é-uma-data-comercial-aham-claudia-senta-lá. O negócio é que mais um ano estou passando o dia sozinha (sem namorado). O que é ótimo! Adoro minha solteirice e minha liberdade. Claro, na hora que aparecer um louco da enchente aí para preencher esse coraçãozinho e esquentar meus pézinhos nestas noites frias, darei uma chance. Por enquanto, o negócio é continuar a chegar tarde, beber, sair, comemorar com os amigos, rir, conhecer pessoas novas, se apaixonar e amar. E claro, ir tentando com os errados enquanto o certo não aparece.

***
PS: Gente, no post dos bichos esqueci de falar da Tina Turner, nossa calopsita! Que dó.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu e os bichos

Tudo começou com a Vicky. Ela está aqui até hoje. Aí veio a Fada, Nina, Lex e a Melância que também está aqui até hj. A Fada vinha quando eu assobiava, a Nina (filha da Vicky) colocava a cara toda dentro do pote de água e fazia bolinhas. O Lex, labrador mais lindo desse mundo, amarelo com o nariz marrom e os olhos verdes, arrancava todas as roupas da mãe do varal e enterrava. Meias e calcinhas estão desaparecidas até hoje. Doamos ele para dois meninos que moravam no sítio e de Lex ele passou a ser Matador. Vai entender.

Tivemos periquitos, porquinhos da índia e um canário belga que eu achei no beiral da janela de casa numa manhã que eu cheguei bêbada. Por um instante achei que fosse alucinação. Dei o nome de Amarelo para ele que viveu um tempão na varanda, encantando todos com seu canto. Até a noite que eu esqueci ele pra fora na madrugada mais fria do ano em Curitiba. Triste fim do Amarelo.

E a Amy. Gata que adorava brincar com as rolhas e tampinhas de garrafa que eu colecionava, para fazer justiça ao seu nome. Suicidou-se uma vez que eu viajei pro Sul. Tristeza que ainda dói.

Agora, alegram nossos dias, além da Vicky e da Melância, a Lara e a Vida. A Yorkie (Lara) conquistou todos com seu amor incondicional e companheirismo. Dorme em todas as camas, sobe em todos os sofás, tem mais moral que eu. Já a Vida, FoxTerrier mais doida da Lindóia, chegou para bagunçar nossa vida (entenderam?) e tirar nossa paz. Mas quem resiste aos seus ‘olhos juntos?´ Late feito uma louca todas as vezes que eu chego de madrugada, acorda todo mundo, faz um puta escândalo. Ainda bem que eu não preciso (mais) mentir a hora que eu chego. Pula mais de metro quando a Vitória e o Leandro (seus donos) chegam. Chora, uiva de desespero pq ela sabe que eles estão chegando só pelo barulho que eles fazem com a chave. Arisca com os outros, a Vida de vez em quando me visita no quarto, sobe na cama e olha pela mesma janela que eu. Adoramos a vista.

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PS: Ando inspiradinha né? Impressão.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A origem do medo

Leia ouvindo:
Iron Maden - Fear of the Dark

Sempre senti muito medo. Alguns que me conhecem (a Aline é defensora dessa teoria) dizem que, o fato de eu não acreditar em deus faz com que eu seja tão cagona. Eles justificam dizendo que, como eu não tenho uma figura (?) para me agarrar, acabo sentindo muito mais medo que o comum. Eu não concordo. Acho que a origem dos meus medos vem da minha infância, qndo eu e o meu irmão ficávamos horas acordados madrugadas adentro contando histórias um para o outro. De tão aterrorizantes, não nos deixavam dormir. Havia noites que berrávamos de medo para nossos pais, e eles nem tchum, dormindo bem susse no quarto deles. Nunca iam nos socorrer, então o negócio era esperar amanhecer. Outra origem de tanto medo, talvez seja a mania que eu tinha de assistir filmes de terror quando criança. Coisa que hoje não me atrevo. Foram incontáveis noites insone depois de sessões de Freds, Jasons e Diabos dentro de armários. Sinistro. 

Uma vez, acampando, logo pela manhã, comecei a ouvir uns barulhos no lado de fora da barraca. O medo tomou conta de mim. Acho que tinha mais duas ou três barracas no camping, e no momento, achei que poderia ser alguém, querendo assaltar o pessoal. Meu corpo inteiro gelou. Simplesmente não conseguia me mexer! Fiquei paralisada, quase em choque. Apenas os sentidos funcionavam com máxima atenção. Depois de um tempo, não sei dizer quanto, criei coragem e abri, aos poucos e bem devagar o zíper da barraca. Eram vacas pastando. Fim do mistério.  

Agora que sou adulta, depois de tanta terapia, monstros do passado já não me aterrorizam mais. Talvez, quando ainda acampo sinta medo de insetos (aqueles imensos, cascudos, tipo umas baratas desenvolvidas e aranhas, ui!), por isso não me atrevo à sair em caminhadas noturnas, por exemplo. 

Sentir medo pode ser bom, como um instinto de sobrevivência. Eu continuo por aqui, com medo de bichos cascudos, mas só deles.

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PS: Tem feito tanto frio que eu acho que vou virar um picolé. Adeus!
PS2: Louca para assistir o novo filme do Woody Allen, Meia-noite em Paris. Assim que estreiar, posto aqui e conto da minha paixão pela Cidade Luz.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Realização de um sonho!

Leia ouvindo:



A música dos Beatles que vinha de alguma casinha no entorno do Engenhão deixava o cenário ainda mais lúdico. Eu estava realizando o meu grande sonho. Dali a alguns passos, eu ia chegar ao estádio onde Paul McCartney faria seu primeiro show.

A tarde perfeita de domingo passou rápido, depois um sábado lindo visitando a Cidade Maravilhosa. As horas na fila valeram a pena quando o meu preferido do FabFour entrou em cena, cantando “Hello, Goodbye”. A maior emoção da minha vida. Já contei aqui e aqui alguns show internacionais que eu já fui. Em nenhum a emoção foi tão grande. Grandes sucessos dos Wings se misturaram as antigas canções dos Beatles para o delírio de 45 mil pessoas que cantaram em uníssono.

A surpresa ficou na hora de “Hey Jude” onde a galera do vip ergueu vários cartazes com a palavra “na”. Deu pra ver na cara do Paul a surpresa, ele ficou realmente impressionado.

Estou meio boba até agora, relembrando os momentos do último domingo. Nunca vou me esquecer, foi tudo lindo e perfeito. Tomara que daqui há seis meses ele volte, estarei lá. 

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PS: Queria agradecer a Andressa pela hospedagem, passeio e risadas do fim de semana. Obrigada amiga!
PS2: Claro, não posso esquecer do Marlon que foi o grande companheiro das 542872578 horas que ficamos na fila e do show. O vídeo do "Leia ouvindo" de hoje é dele. Obrigada!
PS3: Gente, sério. Morri e fui pro céu.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A certeza


Todos já tiveram um ou vários momentos de certeza na vida. Tenho certeza que essa é a formação que eu quero seguir, que é com ele(a) que eu quero ficar, que vou pegar esse avião.

Confesso: nunca soube o que fazer da vida (e até hoje não sei). Uma vez perguntei aos colegas de turma se eles sempre souberam que queriam ser jornalistas. Uma amiga me respondeu entusiasmada que, quando criança, fazia jornalzinhos em casa. Achei lindo! Eu só soube que queria ser jornalista quando entrei no jornalismo.

O meu momento de certeza absoluta eu soube em uma noite de lua cheia, como a de hoje. O fato de eu gostar muito de ler me ajudou a ir levando a facul até o segundo ano, quando começaram as aulas de Tele. Um dia, fomos fazer uma reportagem de "cunho social", como dizia a Fran, na Comunidade do Icaraí, longe para cacete. Fomos eu e a Vanessa contar a história de uma senhora que catava os restos do Ceasa (os que davam para consumir, óbvio), levava para casa e fazia uma baita de uma sopa. Colocava os panelões em uma kombi caindo aos pedaços e partia pro Icaraí, distribuir para o pessoal.

Naquele dia, vi as pessoas morando literalmente em palafitas, já que eles estavam sob o pântano. O que mais me impressionou foi a luz azul que saia de todas as casinhas. Em cada uma delas tinha uma televisão. Embaixo da noite que caia, eles poderiam sonhar com um outro mundo que saía da tela.

Não deu tempo de fotografar. Estava ficando tarde e perigoso. Mas a imagem está gravada em meu coração e em minha mente. Quem sabe um dia meu jornalismo alcance aquelas pessoas.

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PS: Ando sem inspiração para a atualizações, vou tentar melhorar! ;D
PS2: Domingo vou realizar um sonho. Contarei detalhes aqui em breve! =D

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Crer é ver


"Senti uma decepção já familiar. Ninguém conseguia concordar em nada. Vivíamos numa névoa de percepções fugidias, compartilhadas apenas em parte, e nossos dados sensoriais eram distorcidos por um prisma feito de desejo e crença, que também alterava nossas memórias. Víamos e lembrávamos em nosso próprio favor, e íamos nos autopersuadindo ao longo do caminho. A objetividade implacável, principalmente em relação a nós mesmos, sempre foi uma estratégia social condenada. Somos descendentes daqueles contadores de meias-verdades que, passionais e indignados, no afã de convencer os outros, simultaneamente convenciam a si mesmos. Através das gerações o sucesso fora nos selecionando, e com o sucesso surgiu esse nosso defeito, gravado profundamente nos nossos genes, como sulcos numa trilha de carroças: quando não era o quer queríamos, não conseguíamos concordar sobre o que estava na nossa frente. Crer é ver. É por isso que há divórcios, disputas por território, e guerras, e é por isso que esta estátua de Virgem Maria chora lágrimas ou aquela, de Ganesh, bebe leite. E era por isso que a metafísica e a ciência eram inimigas tão corajosas, invenções tão espantosas, maiores do que a roda, maiores do que a agricultura: artefatos humanos dirigidos contra a textura da natureza humana. A verdade desinteressada. Mas isso não conseguia nos salvar de nós mesmos; os sulcos eram profundos demais. Não podia haver redenção particular na objetividade”.

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Amor para Sempre - Ian McEwan - Editora Rocco.

PS: Oitavo livro do McEwan terminado hj na volta pra casa. Sexto com lugar garantido na prateleira. ;D

terça-feira, 5 de abril de 2011

O que você quer?

Leia ouvindo:
Lou Reed - Satellite of Love 



Eu quero dias frios com o céu azul e passarinhos cantando de madrugada.
Quero o sorriso do meu irmão, a gargalhada da minha irmã e a cumplicidade do meu pai.
Quero meus amigos perto e meus inimigos mais ainda.
Quero esquecer o passado e pensar no futuro.
Quero café, papel e caneta sempre à mão.
Quero andar de bicicleta e correr até os pulmões arderem.
Quero que os dias passem rápido e que as noites não terminem.
Quero sorrisos sinceros e carinho retribuído.
Quero dançar atém furar a sola do sapato e beber até cair.
Quero viver loucamente e nascer todos os dias.
Quero passeios a pé intermináveis e viagens solitárias.
Quero um bom livro e um dia de chuva.
Quero um banco na praça e a risada das crianças.
Quero rir até chorar e me emocionar com uma música.
Quero dias preguiçosos e noites em claro.
Quero declarações verdadeiras e dias repletos de amor.

E você, o que quer?

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PS: Resultado de noites insone.
PS2: Gente, não tinha visto, mas a Mi tbém fez um post "eu quero", confere aqui!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ternura



"Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
                                                                     [extático da aurora."

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PS: Poesia que muitas vezes embalou meu coração apaixonado.
PS2: Criei um Tumblr. Olha.