Aí toca o meu celular. É meu pai.
- Filha, avisa a mãe que o pai vai chegar mais tarde pq vai doar sangue pra um parente do fulano.
- Tudo bem pai, mas é algo grave?
- Não, fiquei tranquila, só vou demorar pq tem um monte de milico pra doar na minha frente aqui na Santa Casa.
- Ok, aproveita e pergunta se tatuado pode doar.
- Claro que pode! Sua irmã sempre doa. (Se referindo a Luciana, minha irmã mais velha).
- Gato, a Lu tem uma tatuagem. Eu tenho seis, por isso pergunta aí...
- O QUÊ? Como assim seis tatuagens? (Gritando)
- Ué pai, as seis de sempre. (Dois tons abaixo do dele, meio que desesperada, olhando para os lados, pedindo ajuda)
- Mas como ASSIM? TUDO ISSO? (meio desesperado)
- Gato, é que elas ficam escondidas, está frio... (tentando me justificar)
- MAS SÃO SEIS MESMO? Vai faltar lugar! Daqui há pouco vc vira um muro pixado...
Ele continuou nessa um pouco e claro, não perguntou o lance das tatuagens.
Essa é boa tbém. Peguei o cartão do pai para sair no domingo (depois de ter saído quinta, sexta e sábado) e falei: "Gato, fique frau, só vou usar se passar de 30 reais". A conta deu R$ 130. Passei ontem o dia todo morrendo de medo dele ficar puto comigo. No fim, minha mãe intercedeu e deu tudo certo. Mas depois de tanto tempo, lembrei o que é sentir medo do meu pai, e das consequências disso.
Ah, sem querer me justificar, mas já me justificando: Entendam: uma coisa é sentir medo, outra é respeitar. Meu relacionamento com o pai é baseado em muito amor e respeito. Não preciso ter medo dele, até pq não sou mais adolescente nem faço as coisas escondidas. Mas qndo o lance é de grana (ainda mais se gastar em boteco do dinheiro dele), bate um cagaço, admito.
***
PS: E como se não bastasse domingo ser aquele-dia-mais-nada-a-ver-do-calendário-nacional, ontem foi dia de santo casamenteiro. Ou seja, além de ter que aguentar a encheção de saco de domingo, teve mais ontem. É demais para mim.
Adorei os drops. E filho é filho! ;)
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